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Sydney, N.S.W., Australia
Aos 12 anos de idade comecei como aprendiz com meu pai, na construção, reparação e afinação de Harmónios. Reparação e afinação de Pianos e Órgãos de Tubos. [instrumentos musicais] Aos 16 anos trabalhava por conta própria. Com 22 anos tinha a Carteira Profissional na especialidade de Rádio e Electrónica, que me permitiu trabalhar nos acordeões e órgãos electrónicos, amplificadores de som, e acumulei ao meu trabalho nos instrumentos, a manutenção do controlo electrónico das novas máquinas instaladas na “FACAR”, em Leça da Palmeira, Matosinhos. Aos 27 anos fui para a Holanda com uma bolsa de estudo onde me aperfeiçoei na Construção, Manutenção, Afinação e Restauro dos Órgãos Antigos ou Históricos. Trabalhei como Organeiro na Gulbenkian em Lisboa, de 1970 a 1974, e como Encarregado da Orquestra Gulbenkian, de 1974 a 1980. Em 1980 emigrei para trabalhar no restauro do "Sydney Town Hall Grand Organ". Em 1990 como "Mestre Organeiro" foi-me entregue, a conservação, manutenção e afinação daquele prestigioso Órgão, no qual trabalhei 31 anos, até me aposentar em 2011. com 72 anos de idade. Ver mais no meu CURRÍCULO.

Saturday, March 9, 2013

Azeite da "apotheek" em 1966



NA HOLANDA HÁ 47 ANOS ATRÁS.

No jornal local que semanalmente é distribuído aqui  em Sydney gratuitamente de porta em porta, com notícias e publicidade comercial, desde venda de casas, carros e outras mercadorias diversas, entre elas farmacêuticas fazendo propaganda de artigos de beleza, vitaminas, medicamentos, etc., uma Farmácia anuncia a venda de azeite de oliveira em latas de 4 litros!

Nada de especial este anúncio de promoção, a não ser uma Farmácia vender latas de 4 litros de azeite. Talvez para muita gente possa já ser normal, mas para outra pode torna-se um pouco invulgar tratando-se de uma Farmácia e não de uma mercearia ou supermercado.

ISTO VEM A PROPÓSITO DO QUE SE PASSOU COMIGO NA HOLANDA HÁ 47 ANOS ATRÁS.

Uma pequena história sobre um acontecimento que na altura me surpreendeu, e que nos dias de hoje é apenas banal. 

Estava eu pela primeira vez fora do meu país, lidando com um idioma para mim desconhecido e costumes diferentes. A convivência com pessoas desconhecidas, e sobretudo, a alimentação confeccionada diferentemente daquela a que estava habituado.

Nos primeiros tempos, o ter de comer sanduíches com recheio de pastas e outros ingredientes a que não estava habituado, foi para mim bastante penoso.
Logo que consegui fazer-me entender e ser entendido pela minha hospedeira, senhora holandesa já de certa idade, convenci-a a que me cozinhasse arroz como base das refeições.

Acontece que além das sanduíches passei a comer arroz branco, cozido sem sal e sem qualquer paladar, quase todos os dias durante umas semanas. Claro que acompanhado com molhos, carne, vegetais e outros “acompanhamentos”.
Decidi então pedir-lhe que me deixasse cozinhar o arroz da maneira a que estava habituado, ou seja, com o respectivo refogado, e que para isso teria de ter cebolas e azeite.

No dia seguinte, ela apresentou-me uma cebola e um frasco com 100 ml de azeite puro de oliveira, mas disse-me logo que tinha ficado muito caro, e ter tido dificuldade em o encontrar, o que só conseguiu na Farmácia onde era cliente!

Posteriormente, e tendo a informação de outros portugueses ali imigrados, comprei numa loja espanhola, uma garrafa de 1 litro por menos de metade do preço que havia custado na Farmácia os 100 ml.

A partir daí, a senhora aprendeu e gostou de cozinhar o arroz frito, só que teria de se habituar ao cheiro do estrugido, ao qual não estava acostumada e que possivelmente iria incomodar também a vizinhança. Mas poucos dias depois, ela e as amigas já cozinhavam o arroz frito, concordando que na realidade era mais gostoso!

Daí em diante já me sentia mais satisfeito quando tinha de comer batatas cosidas com arroz, feijão de lata com arroz, vegetais com arroz e com tudo o menos convencional, mas acompanhado do arroz “à minha maneira”.

Esta experiência por que passei, com muita “lazeira” à mistura durante os primeiros três meses, fez-me “engordar” mais 4 quilos, mas à custa de 1,5 litros de leite com chocolate que eu bebia diariamente.

Sydney, 14-5-2012

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