About Me

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Sydney, N.S.W., Australia
Aos 12 anos de idade comecei como aprendiz com meu pai, na construção, reparação e afinação de Harmónios. Reparação e afinação de Pianos e Órgãos de Tubos. [instrumentos musicais] Aos 16 anos trabalhava por conta própria. Com 22 anos tinha a Carteira Profissional na especialidade de Rádio e Electrónica, que me permitiu trabalhar nos acordeões e órgãos electrónicos, amplificadores de som, e acumulei ao meu trabalho nos instrumentos, a manutenção do controlo electrónico das novas máquinas instaladas na “FACAR”, em Leça da Palmeira, Matosinhos. Aos 27 anos fui para a Holanda com uma bolsa de estudo onde me aperfeiçoei na Construção, Manutenção, Afinação e Restauro dos Órgãos Antigos ou Históricos. Trabalhei como Organeiro na Gulbenkian em Lisboa, de 1970 a 1974, e como Encarregado da Orquestra Gulbenkian, de 1974 a 1980. Em 1980 emigrei para trabalhar no restauro do "Sydney Town Hall Grand Organ". Em 1990 como "Mestre Organeiro" foi-me entregue, a conservação, manutenção e afinação daquele prestigioso Órgão, no qual trabalhei 31 anos, até me aposentar em 2011. com 72 anos de idade. Ver mais no meu CURRÍCULO.

Tuesday, February 24, 2015

SER “VELHO” OU SER IDOSO





SER “VELHO” OU SER IDOSO, palavras que a meu ver devem ser consideradas, até como desabafo. 




Com quase 77 anos, não me apraz ser considerado “velho”, embora idoso.
Considero-me fisicamente útil e mentalmente são, podendo ainda ajudar nos trabalhos de que outros de mim possam necessitar, e que eu os faço com conhecimento, e espírito de ajuda.

Se faço crítica àquilo que no meu parecer acho mal, é feita com sentido construtivo, procurando chamar à atenção do mal que por vezes se pratica, não estando isento, e portanto aceitando, quem com a mesma honesta convicção, me critique também.

“Velhos” são os farrapos, no ditado popular. Mesmo assim têm o seu valor pelas lembranças que nos trazem, e os continuamos a “guardar” com o carinho das recordações. As “velharias” sempre tiveram o seu valor, e quando se deitam fora, por vezes perdemos grandes “fortunas” sentimentais.

“Idosos” somos todos aqueles que vencemos uma morte precoce, e nos encontramos com plena consciência, dando provas que ainda poderemos ser úteis à sociedade, conquanto esta tente ignorar que ainda muito tem a aprender, com os conhecimentos e a experiência de vida daqueles que os antecederam.

São também aqueles que infelizmente perderam já as suas faculdades físicas e mentais, depois de terem servido e alimentado uma “Sociedade” que agora os quer rejeitar, depois de ter desfrutado de tudo aquilo que eles, (idosos), lhe deram à custa do seu trabalho e até de uma vida cheia de dificuldades e sacrifícios.

Um Governo ou uma Sociedade que não queira reconhecer o valor daqueles que os fizeram “nascer”, tratando-os injusta e indignamente até ao final dos seus dias, procurando de uma ou outra forma verem-se livres daqueles que lhe deram o Ser, pode considerar-se inapta para um Futuro duvidoso que os espera, o qual já vamos adivinhando e sentindo.

A propósito, devemos lembrar-nos das honras merecidas a Portugal, quando reconhecido pelos seus feitos nas Descobertas Marítimas, no Século XVI. Presentemente com a “evolução das Mentalidades, dos Tempos e da Política”, somos um País “Pobre e Desacreditado”!

Oxalá possamos ainda recuperar tudo o que até agora temos perdido, encontrando o caminho a que poderemos chamar de DIGNIDADE.


Sydney, 25 de Fevereiro de 2015