BIOGRAFIA & CURRÍCULO
MANUEL MARIA
SARAIVA DA COSTA, ORGANEIRO, nasceu em Portugal, na cidade do Porto, freguesia do
Bonfim, em Outubro de 1938.
Como aluno particular da Professora Aida Monteiro, em
piano, preparou-se para entrar no Conservatório onde completou as disciplinas
de Português, Solfejo, Composição, Acústica, História da Música, continuando
com Piano e Clarinete. Foi colega, entre outros, de Joaquim Simões da Hora.
Enquanto frequentou o Conservatório de Música do Porto,
trabalhou com o seu pai na fabricação, reparação e afinação de harmónios, desde
os 12 anos de idade. A sua primeira ocupação, foram as afinações e reparações
de pianos e órgãos de tubos.
Durante alguns anos, foi “organista” na Capela do
Convento do Ferro, também conhecida por Igreja de Nossa Senhora do Patrocínio,
mais tarde Patronato e Centro Social da Sé. Ali tocava harmónio acompanhando um
coro de crianças, sob a direcção do então Coadjutor da Paróquia, Padre Manuel
Pinto de Sousa. Foi ainda “organista” na Sé Catedral do Porto e Igreja de Santa
Clara, quando nessa altura era Pároco o saudoso Padre Alcino de Azevedo. Tocou
órgão também em diversas igrejas.
Tendo seu pai falecido, aos 16 anos de idade teve de
deixar o Conservatório, e dedicar-se inteiramente ao trabalho em pianos,
harmónios e órgãos, que nessa época não era suficientemente remunerado. Olhando
para o futuro, dedicou-se também ao estudo da electrónica, e com 22 anos
possuía a Carteira Profissional, na especialidade de Rádio e Electrónica.
Veio a acumular, entretanto, ao seu trabalho regular, o
de manutenção do controlo electrónico das novas máquinas da FACAR em Leça
da Palmeira - Matosinhos, que era na
época, a maior fábrica de tubos galvanizados e plásticos não só do país mas da
Península Ibérica.
Em acumulação, dedicou-se à reparação de órgãos e outros
instrumentos musicais electrónicos, em particular, para a Biblioteca Musical do
Porto.
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Sob a direcção da então Directora do Serviço de Música da
Fundação Calouste Gulbenkian, Dra. Maria Madalena Perdigão, foi programado o
restauro dos órgãos históricos de Portugal, tendo como consultante o Dr. M. A.
Vente, de Utrecht - Holanda.
Os instrumentos depois de desmontados em Portugal, eram transportados
para Holanda para restauro. Tal prática, entretanto, por iniciativa da Dra.
Maria Madalena Perdigão foi reavaliada e os restauros em causa deixariam de ser
realizados no estrangeiro, logo que para isso houvesse alguém habilitado em
Portugal.
É na concretização deste projecto que é concedida ao
signatário uma Bolsa de Estudo por cinco anos a quem tivesse uma preparação
base que oferecesse garantia de um resultado fiável. As condições impostas e
prometidas eram, no final da Bolsa, o organeiro / bolseiro ser integrado na
Fundação, ou montar a sua própria empresa, para dar seguimento a esse projecto.
Além dos Órgãos restaurados e a restaurar, haviam também
os novos órgãos adquiridos e a adquirir pela própria Fundação, ou com a sua
comparticipação.
Em 1965 essa Bolsa foi concedida a Manuel Maria Saraiva
da Costa, então com 27 anos de idade, para seu aperfeiçoamento na técnica de
Organaria. Isto é, na construção, reparação, manutenção, afinação, intonação, e
principalmente no restauro de Órgãos de Tubos antigos ou históricos em
Portugal.
O período de 1966 a 1970, foi o de aperfeiçoamento
profissional numa fábrica de Órgãos de reputação internacional Flentrop
Orgelbouw, em Zaandam - Holanda, onde ganhou bastante experiência em
todas as áreas dessa arte ou indústria, estando incluído trabalhos em madeira,
metal, fabrico de tubos para órgãos, consolas mecânicas, montagem de órgãos,
sonoridade e afinação. Além de órgãos de acção mecânica, também os de acção
pneumática e eléctrica.
Durante esse período na Holanda, esteve envolvido na
construção e montagem do Grande Órgão na Sala de Concertos "De
Doelen" em Rotterdam - Holanda, um dos maiores órgãos de tubos,
fabricado na fábrica Flentrop. Teve parte importante na construção do
órgão que se encontra no palco do Grande
Auditório da Gulbenkian, que por ele foi instalado num elevador, e é
recolhido no sub-palco, vindo à superfície quando necessário para concertos e
acompanhamento de orquestra e coro.
Fez também trabalho de restauro em órgãos históricos
holandeses, com relevância o de Oosthuizen (1521) e outros. Em órgãos
portugueses, nomeadamente com particular relevo o da Sé Catedral de Évora (1562),
e em dois órgãos da Sé Catedral do Porto (séculos XVII e XIX).
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Em 1970, depois de concluída a sua especialização,
ingressou na Fundação Calouste Gulbenkian em Lisboa, como funcionário do
Serviço de Música, acumulando as funções de Organeiro e Encarregado da Orquestra
Gulbenkian.
Como Organeiro, trabalhou no restauro do Órgão da Capela
da Universidade de Coimbra, e no Órgão da Sé Catedral de Faro, bem como na
manutenção e afinação de todos os órgãos novos e restaurados, até ao período da
Revolução em Portugal de 25 de Abril de 1974.
Por conta própria fez, entretanto, outros trabalhos de
manutenção e afinação em Lisboa, Mafra, Fátima, Viseu e Porto. Durante essa
ocasião, entre outros organistas conheceu Antoine Sibertin-Blanc, organista
titular da Sé de Lisboa, e Gertrud Mersiovsky,
professora de órgão no Conservatório Nacional em Lisboa, e actualmente a
residir no Brasil.
Em Maio de 1974, após terminados os trabalhos no órgão da
Sé de Faro, estava encarregado da desmontagem de dois dos seis órgãos do
Convento de Mafra, que por motivo da situação seguida à revolução, esse
trabalho assim como todos os trabalhos de restauro previamente programados pela
Gulbenkian, foram cancelados.
A sua função de organeiro na Fundação ficou suspensa por deliberação
de “uma Comissão de Trabalhadores” e o consentimento da Administração, com o
argumento de que não poderia exercer duas funções: a de Organeiro, e a de
Encarregado da Orquestra!
Desde 1974 a 1980, passou a exercer unicamente e a tempo
inteiro a função de Encarregado da Orquestra, que o levou a viajar com ela de
Norte a Sul do país, Madeira, Açores, Angola, Moçambique e outros países de
África, Europa e União Soviética.
Em 1979, já sem esperanças de poder continuar a trabalhar
na sua profissão de Organeiro, por deixar de haver subsídios para a continuação
do referido projecto, sentindo-se enganado e frustrado, decidiu deixar a
Fundação oferecendo o seu trabalho a outro país que o quisesse receber,
aproveitando os seus conhecimentos e experiência profissional, tendo a sua
oferta sido aceite de imediato pela Austrália.
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Em 1980, com uma licença sem
vencimento, recomeçou o seu trabalho profissional de organeiro no restauro do
“Sydney Town Hall Grand Organ”, convidado por Roger H. Pogson, uma firma
australiana conceituada na construção de Órgãos de Tubos, que foi responsável
por este grande restauro.
Este restauro viria a terminar
dois anos depois, e Manuel da Costa estaria disposto a regressar à Gulbenkian
para continuar ali o seu trabalho como Organeiro, caso esta estivesse
interessada.
Antes de terminar a licença que lhe havia sido concedida,
pediu à Fundação a prorrogação da mesma licença por mais um ano, a fim de
recuperar na Austrália todo o tempo que em Portugal teria perdido, entre 1974 e
1980. O seu pedido foi recusado, e de seguida a mesma Fundação dá outra Bolsa
de Estudo, esta por um ano, para “formar e especializar um novo organeiro”!
Manuel da Costa trabalhou
nesta firma durante 6 anos, e mais 4 anos para outra firma, Pitcheford & Garside, na reconstrução e
restauro de reconhecida qualidade nos órgãos históricos de:
* Saint
Paul's Lutheran Church, Sydney - 1887,
E. F. Walcker & Co. ( Germany )
*
All Saints Church, Woollahra, Sydney - 1882, Forster
& Andrews (Hull,UK9 )
*
All Saints Church, Ainslie, Canberra, ACT - 1857, Bishop
& Starr (London, UK)
* Holy Trinity Church, Kingsford, Sydney - c.1875, Gray
& Davidson (London UK)
Esteve também envolvido em Sydney, no restauro e montagem
dos órgãos da Capela e Cinema, no novo edifício da Wesley Mission na Pitt
Street, na manutenção e afinação dos órgãos da Catedral Anglicana de Saint
Andrew's e Universidade de Sydney, além de outros em New South Wales,
Canberra e Melbourne.
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Em 1990, começou a trabalhar por sua conta, quando teve o
privilégio de lhe ser oferecida pela Câmara de Sydney, a posição de Organeiro
responsável pela conservação, manutenção e afinação do Grande Órgão do Town
Hall de Sydney, que quando foi construído em Inglaterra nos anos 1888/1890, era
considerado o maior do mundo. Actualmente, e no seu género, é o maior do
Hemisfério Sul, conhecido e apreciado mundialmente.
A ocupação desse lugar de relevo,
que lhe deu nome e prestígio internacionalmente, viria a ser
invejado por alguns colegas organeiros australianos.
Teve a seu cargo também a
manutenção e afinação de órgãos em igrejas, tanto
Católicas como Anglicanas, Presbyterianas, Uniting e
Luterana. Escolas como: Knox Grammar School,
Abbotsleigh Girls School, King's
School, Sydney Grammar School, Canberra Church
of England Girls' Grammar School, Saint Paul's College na
Universidade de Sydney, Newington College, Powerhouse Museum,
e Newcastle Conservatorium.
Foi também
convidado a tomar conta da manutenção do órgão da Opera House, tendo-se
recusado por uma questão de ética profissional.
Fez afinações para concertos e gravação
de discos, para a ABC Clássic FM. Australia Broadcasting
Corporation, e para outras entidades como: Sydney Philharmonia
Choirs, Sydney Symphony Orchestra, Sydney Chamber
Choir. Cantillation, Musica Viva e outras, na Opera
House, City Recital Hall e outros locais.
Em 2000, foi-lhe entregue a manutenção e afinação do Novo
Órgão na St. Mary's Cathedral, Sydney, pois já ali fazia a manutenção do Órgão
da Capela-Mor, e em 2004, outro Novo Órgão na Sydney Grammar School.
Por motivo de compromissos de ordem familiar, em Setembro
de 2002, reduziu o seu tempo laboral para 3 dias semanais, recusando novas
ofertas de trabalho, com excepção da Sydney Grammar, que era já seu cliente.
O seu último trabalho de restauro, em 2007, foi o de:
* St. John’s Anglican Church, Camden, NSW – 1861, T.P.
Bates, (London, UK)
Durante todo o tempo em que trabalhou por conta própria,
independente ou autónomo, sem nunca ter necessidade de publicidade e de mais
trabalho, uma vez que a sua reputação era já conhecida e apreciada. Nunca se
quis associar a qualquer organização nacional ou internacional de organaria.
Tentando encontrar alguém apto e interessado em fazer um
estágio na Austrália, prevendo a possibilidade de se preparar para o suceder na
manutenção do “Grand Organ”, em Março de 2008 escreve por e-mail a diversas
entidades em Portugal, sem que tivesse obtido qualquer resposta.
Em Fevereiro de 2011, decidiu aposentar-se com 72 anos de
idade, renunciando à sua carreira de organeiro, e de responsável pelo “Grand
Organ of Sydney Town Hall” durante os últimos 21 anos, estando em causa uma
proposta desonesta da Câmara de Sydney, na qual não se deixou manipular por se
encontrar envolvida a integridade do instrumento, e a sua reputação
profissional.
Para essa decisão contribuiu também a falta de cooperação
de alguns organistas locais, e especialmente a indiferença das entidades que
deveriam zelar pelo património histórico australiano, em proveito de interesses
pessoais.
A incúria da Igreja Católica em Sydney, para a qual
muitos anos trabalhou, teve também a sua quota-parte.
Tem só a lamentar o facto de não lhe ter sido dada a
oportunidade de deixar alguém que com profissionalismo, competência e
honestidade, que tivesse a capacidade de continuar com a mesma eficiência o
trabalho a que sempre se dedicou, e que sempre lhe foi reconhecido.
Completando 60 anos de trabalho honesto, dedicado e
responsável, seria tempo para descansar e dedicar-se à família.
Aditamento
Manuel da Costa chegou a Sydney no dia 9 de Fevereiro de
1980 sem a companhia da família. Esta viria a juntar-se-lhe em 2 de Julho
seguinte. A esposa, duas filhas de 17 e 12 anos, e um filho com 5 anos.
As duas filhas, formaram-se na Universidade de Sydney, em
Medicina, e em Direito. O filho, formou-se em Ciências e Informática, na
Universidade de New South Wales.
Todos casados, tendo a primeira duas meninas com 19 e 17
anos, a segunda um menino de 12 anos, mais um menino e duas meninas trigémeos,
com 10 anos. O filho que saiu da Austrália para a Inglaterra, onde ali
trabalhou durante 4 anos, e de lá para a Suíça onde se encontra há 10 anos, tem
um menino com 6 anos e uma menina de 3 anos.
Com uma longa experiência e escola
profissional, não simplesmente um habilidoso, curioso ou autodidacta, Manuel da
Costa veio a ser seleccionado pela Fundação Gulbenkian, para nele investir uma longa
e dispendiosa bolsa de estudo.
Com a situação seguida ao 25 de
Abril, que também abalou a política interna da Fundação, e ao qual não foi também
estranha uma determinada atitude de um dos Administradores, o investimento
feito com a formação do então único Organeiro português qualificado, foi
completamente desaproveitado no seu país.
Isto não teria acontecido no tempo
da Dra. Maria Madalena Azeredo Perdigão, por quem a sua lealdade, dedicação e
profissionalismo, sempre foi reconhecido e apreciado.
Naturalizou-se Australiano em 1996, como reconhecimento ao País que o acolheu e
o estima, dando-lhe o valor que merece, ao contrário do seu próprio País de
origem que apenas lhe deu um lugar que não era aquele para o qual o tinham
preparado, e por fim o abandonou.
Anotações
O seu primeiro contacto com
portugueses, por recomendação em Lisboa, foi com a Capelania Católica
Portuguesa em Sydney, sendo o Capelão o Padre António Marques, que muito o
ajudou na integração do sistema de vida local, e com quem conviveu nos
primeiros dois anos. Este veio a ser substituído por um outro dois anos depois.
Presentemente o Padre António Marques encontra-se em Alfeizeirão – Portugal.
Durante os primeiros 12 anos, Manuel da Costa foi
“organista” da Comunidade Portuguesa em Sydney, deixando essa função devido à
atitude de prepotência inadmissível do então e actual Capelão, que viria a
estar envolvido num caso menos claro sobre a oferta à Comunidade Católica
Portuguesa em Enmore, Sydney, de um órgão de tubos o qual
nunca foi nem viria a ser propriedade da Comunidade, tendo
esta entretanto dispendido avultados fundos para o seu restauro, sua adaptação
e instalação.
Agradecimentos
Ao organeiro australiano, Mr.
Roger H. Pogson, profissional de mérito,
construtor de vários órgãos de qualidade reconhecida, e
responsável pela grande obra de restauro do
Grande Órgão de Sydney Town Hall, Manuel da Costa
deve a sua vinda para Austrália.
A sua camaradagem como patrão e colega, que nunca lhe
faltou com o seu apoio quando trabalhou como seu empregado, e quando começou a
trabalhar por conta própria, merece todo o seu reconhecimento e consideração.
Ao seu segundo patrão, Mr. Stuart Garside, da firma “Pitcheford & Garside”,
infelizmente falecido há poucos anos, deve também o reconhecimento que ele teve
pelo seu trabalho, não só como empregado mas como colega, vindo a procurar a
sua colaboração já depois de ter deixado a sua firma.
Ao “City Organist”
Mr. Robert Ampt, tem a agradecer todo o seu apoio,
confiança e reconhecimento de todo o trabalho de conservação,
(manutenção e afinação), do “Grand Organ”.
Ao Principal e Titular Organista da Catedral de Santa
Maria em Sydney, Mr. Peter Kneeshaw, não poderá ser esquecido e também deixar
de ser agradecido todo o seu apoio, estima e reconhecimento profissional, ao
longo de todos os trabalhos por ele recomendados e assistidos.
Em Geral, a todos os clientes que durante muitos anos mantiveram
a sua confiança e lealdade na base
da honestidade, dedicação e competência
profissional.
Informação
Nota:
Um livro, “THE SYDNEY TOWN HALL ORGAN” da autoria de Robert Ampt, City
Organista, foi publicado em 1999, onde se fala do Organeiro Manuel da Costa,
nascido em Portugal. Publicado por “Birralee Publishing”, 11 Appian Way,
Woodford NSW 2778 Austrália
Outro livro,
“ENTRE VISTAS” da autoria de Marcial Alves, (Lisboa) Edição apoiada pelas
Comunidades Portuguesas, Fundação Oriente e outros, fala também de Manuel
Saraiva da Costa, organeiro imigrado na Austrália.
O Jornal “The
Sydney Morning Herald”, publicou a sua fotografia e comentário, (MANUEL DA
COSTA CLEANS THE TOWN HALL ORGAN WHICH HAS BEEN RESTORED, 92010/24#21 PETER RAE
– SME Sydney Morning Herald) assim como outros jornais, incluindo “O
Português na Austrália” em Sydney.
No Magazine,
Issue #46 de Fevereiro 2007 do “The Sydney Morning Herald”, outra fotografia
com comentário, em referência ao” órgão mais impressivo de
Sydney, senão do mundo”.
“The Sydney
Morning Herald” em 5 de Setembro de 2009, nova fotografia com referência à
procura de um substituto de Manuel da Costa.
Jornal O
Emigrante / Mundo Português, de 18 de Março de 2011, publica um artigo
referindo-se ao organeiro português que procura seu substituto.
Em 1 de Julho de
2010, foi apresentada pela RTP Internacional, no programa Magazine Austrália
Contacto, uma entrevista feita a Manuel da Costa e o Órgão do “Sydney Town
Hall”, com um comentário feito pelo “City Organist”. Apenas há a lamentar que
nesse programa não fosse apresentada toda a entrevista feita, e que esta não
cobrisse toda a sua carreira profissional na Austrália.
Sydney, 29 de Março de 2013