Em Portugal, no início do ano de 1980, um profissional sentindo-se
frustrado por não poder continuar a exercer a sua profissão, devido
à então situação política, teve de emigrar.
Desde aí, e não havendo então gente capaz no país de o substituir nalguns dos trabalhos que ele teria deixado, havia necessidade de quem deles cuidasse. Que se soubesse, ninguém estaria nesse tempo, para isso capacitado, ou habilitado.
O dito profissional que emigrou, tinha na sua carreira já mais de uma dezena e meia de anos de aprendizagem e prática, e por isso teria sido escolhido para no estrangeiro se aperfeiçoar e se especializar nessa profissão por mais outra meia dezena de anos, especialmente na arte do restauro e manutenção, aquilo para que foi formado e especializado. Mas por pouco mais tempo lhe foi permitido exercer a profissão, uma vez que a entidade empregadora tinha mudado de política.
Dado então o vazio criado pela ausência do então único profissional naquela arte, abriu-se a porta ao oportunismo, e logo aparece quem com habilidade, entre outras “habilidades”, sem que previamente nunca tivesse trabalhado naquela arte, nem dela ter conhecimentos, num período recorde de poucos meses “conseguiu formar-se à lá minuta" e logo abrir negócio. Assim, intitulando-se já de Mestre e sentindo-se como tal reconhecido, foi ganhando confiança por parte de quem nele queria acreditar e acreditou, e logo começou, apesar da sua inexistente prática e aptidão, a fazer reparações e até "restauros"!
Uma profissão ou uma arte que requer conhecimentos específicos, que só é possível adquiri-los ao longo de alguns anos de aprendizagem ou "escola", e tempo para adquirir muita da prática necessária, pois não se aprende pelos livros e com teorias, é assim que como por milagre, é realizada e alcançada uma profissão com Título de Mestre, e porque não Doutor ou Engenheiro?
Este então brilhante profissional e Mestre, acolheu como aprendiz outro candidato que nas mesmas circunstâncias, isto é, sem quaisquer conhecimentos da mesma arte, para com quem pouco ou nada sabia, aprender.
Tal foi o progresso e a habilidade resultante da curiosidade sentida anteriormente, que considerando-se ser um autodidacta, rapidamente alcançou a meta, ou seja formar-se. Não levou muito tempo para que o eminente aprendiz e "self-made" profissional, superasse o seu Mestre, vindo a ser preferido e progredindo nas "encomendas", que ao seu Mestre deixaram de ser oferecidas!
Mais uma vez fica confirmado que este mundo é dos "espertos", e para comprovar tal facto, chegou até a ser condecorado e ganho diversos "reconhecimentos", embora só de quem era ignorante na matéria, como por quem poderia ter outros interesses em vista.
Não obstante tais "qualificações", este exímio Mestre profissional e para mais comendador também, vem ele mesmo queixar-se publicamente, que não pode concorrer a certos trabalhos da sua especialidade, nem tampouco formar os aprendizes que lhe aparecem, por não lhe ser reconhecidas as suas habilitações profissionais, o que também lhe impede de passar Diplomas aos seus discípulos!
Para conseguir apanhar alguns trabalhos, teve então de se sujeitar a fazer o trabalho a coberto de contracto com uma firma de construção, sem qualquer analogia com o serviço a ser prestado. Uma situação um quanto humilhante para quem é então considerado como um eminente não só profissional, mas Mestre e formador de outros artistas.
Infelizmente nesta vida, para se ser competente e honesto, reconhecido e respeitado, não é fácil de o conseguir, mesmo com auto promoções e propaganda com duvidosos méritos, pois mais tarde ou mais cedo tudo virá a ser conhecido, embora e muitas vezes tarde demais e com estragos irreparáveis.
O mundo está cheio destas estórias, que embora muitos não acreditem, outros tantos procuram acreditar.
Poderei dizer que esta história é verdadeira, pois é baseada no que esses mesmos "dois Mestres" deram a conhecer, quer através dos seus Currículos, como publicado nos meios de comunicação, não excluindo o Facebook.
Não menciono nomes nem profissões, por não ser desconhecido daqueles que conhecem o meu propósito em tentar convictamente, defender um património em risco da sua integridade ser adulterada, comprometendo seriamente a sua originalidade, tudo a coberto de incompetentes, irresponsáveis e oportunistas desonestos.
Sydney, 1 de Março de 2017
Manuel da Costa
Desde aí, e não havendo então gente capaz no país de o substituir nalguns dos trabalhos que ele teria deixado, havia necessidade de quem deles cuidasse. Que se soubesse, ninguém estaria nesse tempo, para isso capacitado, ou habilitado.
O dito profissional que emigrou, tinha na sua carreira já mais de uma dezena e meia de anos de aprendizagem e prática, e por isso teria sido escolhido para no estrangeiro se aperfeiçoar e se especializar nessa profissão por mais outra meia dezena de anos, especialmente na arte do restauro e manutenção, aquilo para que foi formado e especializado. Mas por pouco mais tempo lhe foi permitido exercer a profissão, uma vez que a entidade empregadora tinha mudado de política.
Dado então o vazio criado pela ausência do então único profissional naquela arte, abriu-se a porta ao oportunismo, e logo aparece quem com habilidade, entre outras “habilidades”, sem que previamente nunca tivesse trabalhado naquela arte, nem dela ter conhecimentos, num período recorde de poucos meses “conseguiu formar-se à lá minuta" e logo abrir negócio. Assim, intitulando-se já de Mestre e sentindo-se como tal reconhecido, foi ganhando confiança por parte de quem nele queria acreditar e acreditou, e logo começou, apesar da sua inexistente prática e aptidão, a fazer reparações e até "restauros"!
Uma profissão ou uma arte que requer conhecimentos específicos, que só é possível adquiri-los ao longo de alguns anos de aprendizagem ou "escola", e tempo para adquirir muita da prática necessária, pois não se aprende pelos livros e com teorias, é assim que como por milagre, é realizada e alcançada uma profissão com Título de Mestre, e porque não Doutor ou Engenheiro?
Este então brilhante profissional e Mestre, acolheu como aprendiz outro candidato que nas mesmas circunstâncias, isto é, sem quaisquer conhecimentos da mesma arte, para com quem pouco ou nada sabia, aprender.
Tal foi o progresso e a habilidade resultante da curiosidade sentida anteriormente, que considerando-se ser um autodidacta, rapidamente alcançou a meta, ou seja formar-se. Não levou muito tempo para que o eminente aprendiz e "self-made" profissional, superasse o seu Mestre, vindo a ser preferido e progredindo nas "encomendas", que ao seu Mestre deixaram de ser oferecidas!
Mais uma vez fica confirmado que este mundo é dos "espertos", e para comprovar tal facto, chegou até a ser condecorado e ganho diversos "reconhecimentos", embora só de quem era ignorante na matéria, como por quem poderia ter outros interesses em vista.
Não obstante tais "qualificações", este exímio Mestre profissional e para mais comendador também, vem ele mesmo queixar-se publicamente, que não pode concorrer a certos trabalhos da sua especialidade, nem tampouco formar os aprendizes que lhe aparecem, por não lhe ser reconhecidas as suas habilitações profissionais, o que também lhe impede de passar Diplomas aos seus discípulos!
Para conseguir apanhar alguns trabalhos, teve então de se sujeitar a fazer o trabalho a coberto de contracto com uma firma de construção, sem qualquer analogia com o serviço a ser prestado. Uma situação um quanto humilhante para quem é então considerado como um eminente não só profissional, mas Mestre e formador de outros artistas.
Infelizmente nesta vida, para se ser competente e honesto, reconhecido e respeitado, não é fácil de o conseguir, mesmo com auto promoções e propaganda com duvidosos méritos, pois mais tarde ou mais cedo tudo virá a ser conhecido, embora e muitas vezes tarde demais e com estragos irreparáveis.
O mundo está cheio destas estórias, que embora muitos não acreditem, outros tantos procuram acreditar.
Poderei dizer que esta história é verdadeira, pois é baseada no que esses mesmos "dois Mestres" deram a conhecer, quer através dos seus Currículos, como publicado nos meios de comunicação, não excluindo o Facebook.
Não menciono nomes nem profissões, por não ser desconhecido daqueles que conhecem o meu propósito em tentar convictamente, defender um património em risco da sua integridade ser adulterada, comprometendo seriamente a sua originalidade, tudo a coberto de incompetentes, irresponsáveis e oportunistas desonestos.
Sydney, 1 de Março de 2017
Manuel da Costa