Comentário
a uma notícia a circular em alguns jornais, sobre os órgãos da Sé
do Porto.
http://www.dn.pt/artes/interior/orgaos-da-se-do-porto-voltam-a-soar-apos-restauro-5733422.html
Não é de ânimo leve que faço este comentário, mas necessário para que se saiba.
Quem se julga ser Dinarte Machado, para opinar ou criticar trabalhos de Restauro, executado por uma conceituada firma de renome internacional, quando ele não passa dum presunçoso "self-made" e suposto organeiro formado à lá minuta?
Um curioso habilidoso, autodidacta como ele mesmo se considera, que tentou aprender a ser organeiro, com quem sem habilitações se terá formado também em poucos meses! Eles o dizem, sem que tivessem qualquer conhecimentos dessa matéria.
Um simples convencido que procura convencer quem não sabe o que é um Restauro de um órgão de tubos. Não é propagando com (para mim,) duvidosas referências, e alardeando ter sido medalhado por quem é ignorante na arte de Organaria e sobretudo de Restauro! Quem o poderá referenciar e apoiar na arte de Restauro, serão aqueles que mesmo não sendo farinha do mesmo saco, também não têm capacidade para diferençar uma reparação, bem ou mal feita, de um genuíno Restauro.
Não é organeiro aquele que sem princípios nessa arte, apenas pelo facto de poder ter sido um servidor de qualquer competente, responsável e acreditado (ou não) Organeiro, por curtos períodos de tempo.
Não é organeiro pelo simples facto de "aprender pelos livros" ou visitar colossais instrumentos ou fábricas dos mesmos. Para ser Organeiro, e para aqui não me repetir, já o dei a conhecer anteriormente, e pode ser encontrado no meu"Blog".
Na Arte de Restauro, além de se respeitar a sua originalidade, não alterando o que de original possa ser encontrado, pode-se no entanto admitir pequenas excepções para assegurar não só o funcionamento futuro com o mínimo de problemas, como o de evitar tanto quanto possível intervenções por quem (e este é o caso,) não está habilitado para desse instrumento cuidar.
Tenho por diversas vezes escrito sobre este assunto, onde me referi também aos Órgãos Históricos da Sé do Porto, que em 1970 foram restaurados na fábrica Flentrop na Holanda, tendo eu neles trabalhado. Sou portanto conhecedor da embustice que agora este "exímio restaurador", quer com a sua pretensiosa autoridade, fazer crer o que possa estar errado. Tenho sérias dúvidas, sobre o que agora possa ter sido adulterado nestes instrumentos.
Quando se é livre de inconscientemente fazer "o que se sabe e o que se quer", sem controlo de creditados consultores, técnicos em Organaria e Restauro, todo o imprevisto, por vezes já sem remédio, pode acontecer.
Não basta apontar como seguidores daquele trabalho, pessoas ou entidades sem credibilidade técnica, para fazer crer na capacidade do restaurador, como foram nomeados o Cabido da Sé do Porto, Direcção Regional de Cultura do Norte e cónego Ferreira dos Santos, este organista e compositor, nada tendo a ver com habilitações técnicas na arte de Organaria.
Para terminar, e por
agora, como se pode compreender que Dinarte Machado, "Mestre
organeiro" com tão excelentes referências e reconhecido pelo
próprio Presidente da República, publicamente se queixe que as suas
habilitações profissionais não são reconhecidas pelo Estado
Português, impedindo-o de concorrer a certos trabalhos, assim como
de passar "Diplomas" aos seus aprendizes?
Manuel M. Saraiva da Costa, Sydney 23 de Março de 2016
Organeiro aposentado. Sua Biografia & Currículo encontra-se na Internet ou Meloteca.
Manuel M. Saraiva da Costa, Sydney 23 de Março de 2016
Organeiro aposentado. Sua Biografia & Currículo encontra-se na Internet ou Meloteca.