Eu, como o único organeiro que em 1990 o Município de Sydney, Austrália, confiou para zelar pela manutenção e conservação do “Grand Organ of Sydney Town Hall”, cargo esse que desempenhei com satisfação e orgulho durante 21 anos até me demitir.
Sempre fui conhecido e apreciado, inclusivamente por muitos organeiros estrangeiros que visitavam esse instrumento, como o “organeiro português Manuel Da Costa”, ligando assim o meu nome ao meu país de origem, ou seja, Portugal.
Em 2010, fui "abordado" na tentativa de me quererem envolver num plano de Corrupção, (pois na Austrália a corrupção também existe), pela “clã” onde a própria presidente de Câmara não seria alheia. Sentia-me frustrado pela falta de apoio daqueles que me poderiam assistir contra aquele vil e desonesto plano.
Corrupção organizada, envolvendo os que da Câmara de Sydney geriam os trabalhos de remodelação do "Centennial Hall" e inconscientes alterações no espaço preparado acusticamente para acomodar um instrumento e não para armazenar tubos. Absolutamente sem noção do que poderia ser afectado e prejudicado tão prestigioso instrumento.
Sem que previamente eu como responsável por aquele instrumento tivesse sido ouvido, ou pudesse estar de acordo com o que pretendiam fazer, a minha posição foi ignorada e depois desrespeitada, pondo em risco a minha reputação profissional e pessoal, pois poderia ser acusado de cumplicidade para servir os interesses de quem se prestaria à corrupção.
Ingenuamente pensei que podendo estar em causa a ligação do meu nome à nacionalidade portuguesa, e a Portugal, dei conhecimento dessa “conspiração” a que estava a ser sujeito, no Consulado Geral de Portugal em Sydney, tendo este passado ao Embaixador de Portugal em Camberra, pedindo para que intercedessem junto dos “seus colegas” australianos, denunciando o que se estaria a passar com aquele Património Nacional, nas mãos de irresponsáveis e desonestos oportunistas dentro da Câmara de Sydney, entidade depositária daquele majestoso órgão de tubos.
Total ignorância e desinteresse, ao que a mim me poderia parecer “um acto de patriotismo”, e a frustração de ter recorrido àqueles que na “Diplomacia tão bem se interessam pelos cidadãos do país que representam". Não irei aqui classificar, esses “Diplomatas” que ignoram completamente quem a eles possam recorrer, na esperança de serem compreendidos e respeitados, em defesa do bom nome do seu país, o que neste caso poderia estar comprometido pela minha nacionalidade.
Para terminar, resta-me dizer que aos 72 anos de idade, consciente e responsável, com capacidade física e mental para continuar ainda as minhas funções, até ser encontrado quem com aptidão e honestidade me pudesse substituir, o que infelizmente assim não aconteceu. Pedi a minha demissão pelo principal motivo de salvaguardar a minha reputação que estaria em risco de ser afectada.
Os meus serviços não foram dispensados, mas o meu pedido foi concedido em Fevereiro de 2011.
Desde o dia 18 de Abril de 2011, 6 anos passados, continuo à espera de resposta do Embaixador!