26-2-2013
“MAS…com
certas reservas”
Alguém me
perguntou sobre o que quero dizer quando me declaro como “Católico convicto e
praticante, mas…com certas reservas”.
A
alguns já tive a oportunidade de os esclarecer, e para outros a quem não o fiz,
aqui vai o esclarecimento:
Desde
muito pequeno, mesmo antes de ter ido para a escola primária, minha mãe me
levava com ela a uma capela próxima, durante o mês de Maio para assistir ao Mês
de Maria.
Todos
os Domingos e Dias Santos, a família não se dispensava de assistir à Missa, e
fazer parte em algumas cerimónias religiosas durante o ano.
Assim
fui educado, e já depois de ter feito a Primeira Comunhão aos 10 anos, idade
que era habitual nessa altura, continuei a frequentar a Igreja, o Oratório
Salesiano nas Oficinas de São José, e mais tarde no Colégio dos Órfãos no
Porto, onde aprendi a ajudar à Missa em latim, como era usado nessa época.
Sem
qualquer presumível fanatismo, tenho seguido Religião Católica até aos dias de
hoje, e espero continuar, embora com algumas reservas.
Todos
os meus ascendentes eram Católicos, e eu sempre me senti vocacionado para
seguir a mesma Igreja com a mesma convicção. Casei com quem partilhava do mesmo
credo, e eduquei os meus filhos para que seguissem o mesmo. Todos os meus filhos
estão baptizados, assim como os meus oito netos, na religião Católica.
Na
minha carreira profissional, afinando e reparando harmónios e órgãos em igrejas
por todo o Portugal, Holanda e Austrália, lidei com muitos sacerdotes. Entre
eles, havia diferentes personalidades, uns mais brincalhões e com habilidade
para cativar as pessoas e outros mais sisudos, mas sempre e dignamente mantendo
o respeito e fazendo-se respeitar. Entre eles, os que procuravam evangelizar
com princípios cristãos, e outros que apenas procuravam impor-se ao seu
semelhante, conforme o dito “olha para o que eu digo, não olhes para o que eu
faço”!
Conheci
o Padre Alcino de Azevedo, um dos mais respeitáveis sacerdotes com quem
convivi, que foi Pároco da Sé do Porto nos anos 50, onde fui “organista” e
catequista. Anteriormente os Salesianos Padre Júlio Azimonti e Padre Lino
Ferreira, a quem admirei a maneira e a dedicação no tratamento com os jovens,
tendo sido meus guias espirituais.
O facto
de ter nomeado apenas esses três, não excluo uns tantos outros com quem mantive
relações de amizade e profissionais, a quem estimei e por eles fui estimado.
Nesse
tempo havia um conceito de educação e respeito que recordo com certo apreço.
Claro que havia, há e haverá excepções: aqueles abjectos que nunca deveriam ter
existido e que são o asco e a vergonha da Igreja, por diversas razões que
infelizmente todos nós conhecemos, mas que aqui não tem cabimento.
Padres
de vocação e espírito cristão em todo o sentido da palavra, creio que é um
facto raro nestes tempos que correm. Esses poucos que ainda existem poderão ser
desacreditados por aqueles que o pretendem ser, e que não passam de falsos
profetas.
Padres
por profissão que se servem da sua ocupação na Igreja com a finalidade de se
governarem em proveito próprio, ascorosos, enganando e extorquindo ricos e
pobres, manifestando a sua opulência, prepotência, falta de honorabilidade ou
dignidade, falseando assim a sua missão de seguidores de Cristo.
Neles
se notam o seu endeusamento em vez da humildade que apregoam ao povo. Os seus maus
exemplos de ambição e sem preocupações éticas para dominar e serem servidos nos seus
próprios interesses materiais, não condizem com a doutrina de Cristo.
Eu,
como Católico convicto e praticante, que assim quero continuar fiel ao
catolicismo até ao final dos meus dias, lamento ter de o dizer, mas foi no
conviver e no lidar com alguns Padres, ou supostos Padres, já para não falar de
alguns dos seus superiores, que assim vim a constatar ao longo da minha vida
profissional e pela idade que tenho.
Aqui
poderia apresentar alguns exemplos e casos, mas não é essa a intenção ou a
finalidade porque estou a escrever e lamentar situações menos felizes na Igreja
Católica. Aliás, a História o tem confirmado.
Como
tive já ocasião de o dizer algum tempo atrás, a religião Católica Romana que
professo, comparo-a a um Jardim ou a um Pomar onde se encontram lindas e
perfumadas flores, frutos diversos e saborosos, embora se encontre espalhada
pelo meio alguma podridão, ou sejam essas abjectas criaturas que pretendem
servir-se da religião como ocupação e não por vocação, dando exemplos
anti-cristãos e promovendo a descrença naqueles com fé mais debilitada. Esses ”profetas”
considero-os apenas como excremento ou o estrume, como assim devem ser
tratados, sem qualquer qualidade fertilizante.
Esta é
a razão porque me considero Católico, religiosamente convicto e praticante,
"MAS… com certas reservas".
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