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Sydney, N.S.W., Australia
Aos 12 anos de idade comecei como aprendiz com meu pai, na construção, reparação e afinação de Harmónios. Reparação e afinação de Pianos e Órgãos de Tubos. [instrumentos musicais] Aos 16 anos trabalhava por conta própria. Com 22 anos tinha a Carteira Profissional na especialidade de Rádio e Electrónica, que me permitiu trabalhar nos acordeões e órgãos electrónicos, amplificadores de som, e acumulei ao meu trabalho nos instrumentos, a manutenção do controlo electrónico das novas máquinas instaladas na “FACAR”, em Leça da Palmeira, Matosinhos. Aos 27 anos fui para a Holanda com uma bolsa de estudo onde me aperfeiçoei na Construção, Manutenção, Afinação e Restauro dos Órgãos Antigos ou Históricos. Trabalhei como Organeiro na Gulbenkian em Lisboa, de 1970 a 1974, e como Encarregado da Orquestra Gulbenkian, de 1974 a 1980. Em 1980 emigrei para trabalhar no restauro do "Sydney Town Hall Grand Organ". Em 1990 como "Mestre Organeiro" foi-me entregue, a conservação, manutenção e afinação daquele prestigioso Órgão, no qual trabalhei 31 anos, até me aposentar em 2011. com 72 anos de idade. Ver mais no meu CURRÍCULO.

Monday, February 18, 2013

"A FALAR E ESCREVER..." Capítulo V



16-9-2012 
CAP.  V

"A FALAR E ESCREVER, NOS PODEREMOS ENTENDER"  
ACERCA DAS PENSÕES DE REFORMA EM PORTUGAL, EM COMPARAÇÃO COM A AUSTRÁLIA

Há poucos dias, um australiano meu conhecido, a par da situação dos despedimentos e falta de trabalho em Portugal, fez-me este comentário:
Trabalhei recentemente um par de anos em Portugal, e apreciei que ao contrário da Austrália, as pessoas procuram ser reformadas antes da idade prevista. Só consigo compreender essa atitude por dois motivos: não terem necessidades económicas e portanto não necessitam de trabalhar (pois já se sentem suficiente ricos), ou porque querem esperar na ociosidade que o governo os possa sustentar, caso o rendimento da reforma não seja suficiente para levarem uma vida sem sacrifício e confortável.
Ora pensando bem, tenho que lhe dar razão! A não ser para aqueles que acumulam 2 e mais reformas, atingindo o suficiente para poderem levar uma vida confortável e sem restrições, ou se prematuramente pensam (uma utopia) que outros trabalharão para eles, preferindo depois queixarem-se da situação em que se encontram, mas por eles adoptada.
Não está aqui posta em causa as reformas justificadas por motivos de doença, desemprego, ou prestação de assistência a alguém necessitado.
No tempo em que entrei na idade de ter de trabalhar, tinha uma semana laboral de 6 dias, 48 horas. As reformas praticamente eram inexistentes, uma vez que empregados e empregadores fugiam aos respectivos descontos. Outros, empregados a quem os descontos eram feitos, não chegavam a dar entrada nos Serviços Sociais, (no caso de minha mulher). Aqueles que conseguiam ter uma reforma, eram quase considerados uns privilegiados!
Os tempos mudaram para melhor, assim como as condições de reforma, com facilidades para uns e dificuldades para outros. Uns com pensões chorudas, outros com pensões de miséria.
Na generalidade, aqui na Austrália, a pensão de reforma por limite de idade, aos 65 anos, creio que equiparada ao vencimento mínimo nacional, não é concedida a quem possa ter qualquer rendimento igual ou superior a essa pensão, o que eu também não considero justo, uma vez que contribuíram para isso, pagando os seus impostos. No entanto essa pensão que é igual para todos aqueles que não têm rendimentos extras, dá para viver fora da miséria.
Existe a possibilidade de na idade da reforma poder auferir uma pensão superior, se tiver havido descontos extras para esse fim, ou outros rendimentos, fruto de heranças ou poupanças, que sendo superior ao valor da pensão, já a esta não tem direito. No meu caso pessoal, eu e minha mulher trabalhamos arduamente durante 31 anos, desde que aqui chegamos, e preparamos a nossa própria pensão de sobrevivência.
Aposentei-me com 72 anos de idade, podendo por direito e opção, trabalhar até aos 75. Não tendo eu desculpas de doença ou inaptidão para o trabalho que exercia, só deixei de o fazer por motivo de não me querer envolver em propostas duvidosas e menos lícitas, feitas pela entidade onde tinha o meu trabalho principal, o que poderiam pôr em risco a minha reputação profissional. Caso contrário, estaria ainda no activo, porque me sentia com forças e com capacidade para continuar até que fosse encontrado quem me deveria suceder, com a mesma dedicação e competência, o que infelizmente assim não aconteceu.                       
Há no entanto a salientar, que nos países “Democráticos”, como Portugal, os governos e seus associados, não fazem parte do povo mas sim de uma “Nobreza Política”, sendo esses que “fabricam” as Leis a seu contento e medida, sem ser posta em causa a qualidade do seu “trabalho”.   
Os seus exemplos no interesse da Nação que pretendem representar, passam por ser indiscutíveis ou censuráveis, para salvaguardar a sua prepotência sobre a classe Plebeia. E assim, à sua ostentação de vida e de consumo, e o direito às pensões de reforma, estão fora do procedimento que é dado a qualquer outro cidadão comum!
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“Gemendo e chorando,
com muito ou pouco
cá nos vamos sujeitando,
até que um dia possamos compreender
e aceitar, todas as Injustiças 
que nesta Vida teremos de sofrer”.

Como será possível acreditar num Governo, e seu Primeiro Ministro, que não fala em abdicar dos luxos e todos os excessos de consumo, além de outras muitas regalias, dando o seu exemplo antes de exigir sacrifícios a um Povo massacrado pela situação caótica em que puseram Portugal?

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