A palavra ORGANEIRO, não é reconhecida em
alguns Dicionários de Língua Portuguesa.
Como a palavra SAPATEIRO, profissão que
designa aquele que faz sapatos e neles trabalha fazendo consertos; MARCENEIRO,
o que faz móveis de madeira, os repara e os restaura; ELECTRICISTA, aquele que
trabalha na aplicação da electricidade aos usos domésticos ou industriais;
etc., assim o ORGANEIRO é aquele que não só fabrica como restaura, repara e faz
a manutenção especializada em órgãos, instrumento musical normalmente usado nas
igrejas, salas de concerto, escolas e não só.
Como ninguém nasce ensinado, para se realizar
um bom profissional em qualquer profissão, é-lhes requerida vocação,
habilidade, mais ainda, uma aprendizagem meticulosa, e a experiência necessária
para assim poder ser considerado, com mais ou menos competência, o que não se
consegue com apenas meia dúzia de anos, no que se refere principalmente a ser
ORGANEIRO.
Para completar, ainda o descobrir e conhecer alguns
dos “segredos profissionais” que nem sempre lhe são divulgados ou transmitidos.
Há que ter em consideração que “um bom
profissional não é aquele que dá o seu nome ao trabalho que faz, mas aquele que
faz um trabalho que lhe dará o seu nome”.
Um médico, um advogado, um engenheiro e umas
tantas outras profissões, têm uma maior aprendizagem teórica do que prática,
este é o meu ponto de vista, que poderá ser alcançada nessa meia dúzia de anos,
da sua formatura.
Um ORGANEIRO para ser competente, terá de ter
muitos mais anos de prática do que de teoria. Essa prática terá de ser
adquirida em diferentes sectores profissionais, como saber trabalhar em
madeira, não como um carpinteiro, mas como um marceneiro; trabalhar em metal,
não como um ferreiro ou latoeiro, mas sabendo desenhar, fazer ou mandar fazer
as ferramentas ou partes que delas possa necessitar para uso e desempenho do
seu trabalho, assim como tudo o que se refere às partes metálicas usadas num
órgão; fazer, reparar, reconstruir todas as espécies de tubos condutores e
produtores de som; ter conhecimentos de como lidar com diversos sistemas
eléctricos e pneumáticos que possam ser usados em órgãos; ter conhecimentos
musicais e o ouvido devidamente educado, o que só se consegue com uma rotina
permanente, para o controlo da qualidade de som que se pretende obter de um
tubo sonoro; e outros tantos conhecimentos e práticas que só poderão ser
obtidos com anos de dedicada aprendizagem e trabalho.
Ser ORGANEIRO, não é aquele que é um amador,
um curioso, um habilidoso e muito menos um autodidacta. Pretensos
"organeiros" como pretensos profissionais, só poderão ser
reconhecidos e aceites por outros profissionais da mesma espécie, que
justificam e confirmam o popular ditado de que “na terra dos cegos, quem tem um
olho é rei”.
Por conveniência e interesses obscuros onde as
habilitações profissionais são adquiriras, testadas, apreciadas ou recomendadas
por quem não tem a dignidade de se considerarem incapazes de reconhecerem a sua
própria incompetência e torpeza, aparecem “Consultores e Conselheiros” sem
competência nesta matéria, e Historiadores sem credibilidade, cujas
recomendações e apreciações são o que de pior pode interferir num sério e
qualitativo trabalho de ORGANEIRO ou QRGANARIA, Arte onde o organeiro esta
integrado, especificamente no que diz respeito aos restauros dos órgãos
históricos, e o respeito pela autenticidade.
A quem estiver interessado em saber o que mais
o possa elucidar sobre o Órgão, (instrumento musical), pode e deve procurar no
sítio recomendado:
Manuel da Costa
Sydney, 20 de Fevereiro de 2013
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