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Sydney, N.S.W., Australia
Aos 12 anos de idade comecei como aprendiz com meu pai, na construção, reparação e afinação de Harmónios. Reparação e afinação de Pianos e Órgãos de Tubos. [instrumentos musicais] Aos 16 anos trabalhava por conta própria. Com 22 anos tinha a Carteira Profissional na especialidade de Rádio e Electrónica, que me permitiu trabalhar nos acordeões e órgãos electrónicos, amplificadores de som, e acumulei ao meu trabalho nos instrumentos, a manutenção do controlo electrónico das novas máquinas instaladas na “FACAR”, em Leça da Palmeira, Matosinhos. Aos 27 anos fui para a Holanda com uma bolsa de estudo onde me aperfeiçoei na Construção, Manutenção, Afinação e Restauro dos Órgãos Antigos ou Históricos. Trabalhei como Organeiro na Gulbenkian em Lisboa, de 1970 a 1974, e como Encarregado da Orquestra Gulbenkian, de 1974 a 1980. Em 1980 emigrei para trabalhar no restauro do "Sydney Town Hall Grand Organ". Em 1990 como "Mestre Organeiro" foi-me entregue, a conservação, manutenção e afinação daquele prestigioso Órgão, no qual trabalhei 31 anos, até me aposentar em 2011. com 72 anos de idade. Ver mais no meu CURRÍCULO.

Saturday, February 23, 2013

ACONTECEU E NUNCA ESTIVE ARREPENDIDO



8-1-2013 

ACONTECEU E NUNCA ESTIVE ARREPENDIDO.


Era eu um adolescente, e até já depois de me encontrar casado, nunca pela ideia me passou deixar Portugal, emigrando.

Tive a oportunidade, de por 3 meses, com viagens pagas e estadia, sem nada ter a perder ou a temer, de ter estado na Holanda como candidato a uma bolsa de estudo pela Fundação Calouste Gulbenkian em Lisboa.

Foi para mim uma grande aventura e uma grande experiência o ter deixado o meu país, a minha família, nessa ocasião já com uma filhinha de 4 anos de idade, assim como todos os amigos. Fui para um novo país onde não conhecia ninguém, sem falar aquela ou outra língua que não fosse o português.
De costumes diferentes; clima diferente; acomodação diferente; alimentação a que não estava acostumado, somente o trabalho no qual me iria especializar é que me era familiar e agradável.

A comunicação com aquele povo, difícil no início, começou por não ser grande problema, porque quando há interesse, força de vontade e entre pessoas que nos acolhem e procuram também compreender-nos e ajudar-nos, como os responsáveis pela minha estadia, colegas no trabalho e até outros novos amigos portugueses com quem lá fiz amizade, foi o estímulo para nesses 3 meses conseguir perder o complexo linguístico.
Claro que contribuiu bastante a idade que tinha.

No final dessa primeira experiência tive de regressar a Portugal, pois tendo eu passado naquela prova de aptidão à candidatura da bolsa que seria de 5 anos, a Fundação deu-me também a facilidade de me fazer acompanhar pela minha mulher e minha filha, até à conclusão daquele estágio. O tempo seguinte foi para a preparação da documentação com autorização de ausência do país para cada ano, uma vez que o nosso passaporte era de turista, e para organizar a viagem e encontrar residência na Holanda que nesse tempo alem de ser muito difícil era também restrita.
Tive de voltar sozinho para a nova terra, e no final de um par de semanas, depois de regularizada toda a situação de residência familiar, é que me vi acompanhado pela minha família: a mulher e uma filha, como disse, de 4 anos.

A nossa situação não era propriamente a de emigrante, pois nem esse passaporte nos foi concedido, e perante as autoridades Holandesas estava-mos autorizados a lá viver na condição de uma família em que só eu ali poderia trabalhar como estudante.
Durante todo o tempo em que lá vivemos e já adaptados aquela terra e aquela gente,
começamos por dar conta das facilidades que em Portugal não estávamos habituados.
As diferenças, muito mais para melhor do que para pior, daria uma longa lista se aqui as quisesse descrever.

Na prática, não tendo saído do meu país na situação de emigrante, nem vivido na Holanda oficialmente como imigrante, sempre nos consideramos “navegando dentro do mesmo bote”.

Hoje, e com pundonor, depois de ter sido obrigado pelas circunstâncias já de muitos conhecidas, desde há 33 anos somos oficialmente uma Família de Imigrantes na Austrália.

Tivemos de sair da nossa terra para que de futuro pudéssemos ter uma vida melhor, modificando a nossa tacanha mentalidade, e assim ter uma visão mais ampla da vida.
Sobretudo perder aquilo que infelizmente Portugal é farto, como o Snobismo ou Presunção, Despotismo, Irresponsabilidade, Degradação, e tantas coisas mais que de mau tem transformado o Portugal de Outrora.

Manuel da Costa

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