CRÍTICAS MERECIDAS E NÃO MERECIDAS
26-12-2012
A PROPÓSITO DAS CRÍTICAS MERECIDAS E NÃO MERECIDAS QUE SE FAZEM
AO GOVERNO
ELEITO DEMOCRATICAMENTE PELO POVO PORTUGUÊS
Muito fácil é criticar, difícil é encontrar soluções
que não envolvam interesses pessoais e políticos.
Os portugueses quiseram um Governo, votaram nele e não
o querem deixar governar tal herança deixada pelos seus antecessores, em que
toda a gente se aproveitou. Disto ninguém o poderá negar. Muito mais teria a dizer
quem muitos anos viveu antes do “Oportunismo” de 1974, quando a política de
Marcelo Caetano estava na trajectória de melhorar a situação vigente naquele
tempo.
Não consigo deixar de dar a conhecer que sendo eu
descendente de uma família pobre mas honesta, aos 16 anos tive de me manter,
trabalhando, para cinco anos depois vir a constituir uma família, sem que para
isso tivesse de aproveitar-me de outros expedientes. Nada herdei, a não ser a
boa educação e a maneira de auto me governar, poupando o escasso fruto do
rendimento do trabalho, sem nunca ter gasto mais do que aquilo que possuía.
Felizmente nunca passamos fome, nem cobiçamos aquilo que não nos era possível
possuir.
Na minha adolescência, nunca tive uma bicicleta, nem
sequer uns patins. Caminhava para escola, para o trabalho e distâncias de meia
hora e mais. Os transportes públicos eram evitados porque quando os vencimentos
não eram demasiados, havia que considerar as despesas. Nunca tive necessidade
de frequentar o ginásio para fazer exercício.
Passeios ocasionais, se faziam acompanhar por um farnel
levado de casa, o que permitia fazer uma despesa menor. Tudo isto, naquele
tempo, não se considerava “miséria”, mas o ter bom-senso para não desperdiçar o
que pudesse vir a ser mais necessário. Esta situação nunca nos levou a invejar
a vida de quem melhor podia.
Vivia-se com o que se tinha, procurando sempre nada
dever a ninguém.
As compras menos indispensáveis, faziam-se pagando sem
recorrer a crédito.
Com o “Oportunismo” instalado, não me quis aproveitar
renunciando aos meus princípios e à formação que até ali havia recebido. A vida
tornou-se fácil para muita gente, demasiado fácil para fugir a
responsabilidades e poder explorar aqueles que menos “esperteza” ou mais
consciência possuíam.
Tendo negado a acomodar-me a um novo estilo de vida que
tanto tinha de cómodo como de inconsciente, a que muitos dos portugueses
rapidamente se adaptaram aproveitando todas as “facilidades oferecidas” e “a
fundo perdido”, que agora terão de saldar, emigrei para onde me iria sentir
mais útil, com uma vida estabilizada e uma mentalidade mais ampla, da qual
beneficiaram também meus filhos e netos
Não concordo com certas exigências feitas por quem deveria estar calado,
nem com submissões a quem oportunistamente se serve dum povo facilmente
manejado por grupos ou entidades de honestidade duvidosa. Ditado antigo nos diz
que “em casa onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão”.
O Povo que elege um Governo, terá de o suportar durante
o tempo para que foi eleito, nas boas e más situações, limitando-se a
manifestar o seu descontentamento com civismo, e não desordeiramente, sem
respeito por aqueles que não compartilham da mesma opinião.
Anti patriota serão aqueles que tentam boicotar,
sabotar e desacreditar quem tem por obrigação de dar cumprimento e honrar
compromissos de que somos devedores, assim como todos os que dão o mau exemplo
com o seu comportamento inaceitável e prepotente.
Indivíduos sem carácter, sem dignidade, corruptos e
déspotas, são aqueles que deverão ser banidos de qualquer posição relevante
quer no Governo quer na Sociedade Portuguesa.
Sejamos todos, os portugueses, dignos e leais à Pátria
que devemos respeitar com convicção e patriotismo.
Há que lembrar que “não há bem que sempre dure, nem mal
que se não acabe”!
Sydney, 26 de
Dezembro de 2012
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