About Me

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Sydney, N.S.W., Australia
Aos 12 anos de idade comecei como aprendiz com meu pai, na construção, reparação e afinação de Harmónios. Reparação e afinação de Pianos e Órgãos de Tubos. [instrumentos musicais] Aos 16 anos trabalhava por conta própria. Com 22 anos tinha a Carteira Profissional na especialidade de Rádio e Electrónica, que me permitiu trabalhar nos acordeões e órgãos electrónicos, amplificadores de som, e acumulei ao meu trabalho nos instrumentos, a manutenção do controlo electrónico das novas máquinas instaladas na “FACAR”, em Leça da Palmeira, Matosinhos. Aos 27 anos fui para a Holanda com uma bolsa de estudo onde me aperfeiçoei na Construção, Manutenção, Afinação e Restauro dos Órgãos Antigos ou Históricos. Trabalhei como Organeiro na Gulbenkian em Lisboa, de 1970 a 1974, e como Encarregado da Orquestra Gulbenkian, de 1974 a 1980. Em 1980 emigrei para trabalhar no restauro do "Sydney Town Hall Grand Organ". Em 1990 como "Mestre Organeiro" foi-me entregue, a conservação, manutenção e afinação daquele prestigioso Órgão, no qual trabalhei 31 anos, até me aposentar em 2011. com 72 anos de idade. Ver mais no meu CURRÍCULO.

Monday, February 5, 2018

“DA FUNDAÇÃO”

                       
                                           ALGO MAIS A DAR A CONHECER.






Fui um dos que pela Fundação Calouste Gulbenkian foi beneficiado com uma Bolsa de Estudo, que iria satisfazer as suas (da Fundação) próprias necessidades, e na qual para mim abriria também a possibilidade de um futuro prometedor.
A minha história acerca deste benefício para a minha formação e especialização profissional, foi já por mim dada a conhecer, e pode ser encontrada na minha Biografia & Currículo, quer pelo meu nome ou no meu “Blog Escrever para entreter”.

Quero com isto dar a conhecer mais um episódio que terá contribuído também com a minha insatisfação e que veio a acelerar a minha saída de Portugal e da prestigiosa Instituição que durante 10 anos servi com toda a minha dedicação, lealdade, honestidade e profissionalismo, respeitando e sendo respeitado pela maioria dos meus colegas trabalhadores na mesma Fundação.
Apenas e com excepção resultante de um episódio ocorrido com um dos Administradores do Pelouro que regia o departamento a que eu pertencia, originada pela minha falta de com ele “colaborar” fornecendo ou denunciando colegas da Orquestra, com quem eu trabalhava!

A partir dessa altura, embora compreendido e apreciado pelo meu Director de Serviço, não seria mais merecedor da simpatia desse administrador, como mais tarde se veio a verificar, sem que as minhas obrigações e deveres que legitimamente me eram dados para cumprir, alguma vez estivessem em causa.

Um incidente se verificou quando eu no exercício pleno das minhas funções procurei zelar pela propriedade da Fundação, evitando o “desvio” de algumas estantes portáteis que estavam a ser usadas pela Orquestra por um grupo de instrumentistas para seu uso noutro lugar, sem disso pretenderem dar-me conhecimento.

Era frequente o desaparecimento dessas estantes, sem que o seu empréstimo fosse pedido e a sua devolução efectuada. Sempre que um pedido era feito, e eu tomado as providências necessárias para que essas estantes fossem devolvidas, os empréstimos nunca foram negados. Isto era aprovado e do conhecimento dos meus superiores.

O incidente deu-se quando eu tentava tirar das mãos de um desses instrumentistas, por sinal estrangeiro, e por ele dissimuladamente fui agredido, ao qual instintivamente reagi e o atingi na testa com a mesma estante ainda nas suas mãos, resultando uma pequena sutura de dois pontos.
Teria sido esta uma boa oportunidade para que o dito Administrador se aproveitasse para me “favorecer” com um processo disciplinar pelo acontecimento, que resultou numa suspensão de 3 dias para ambas as partes!

Tempos controversos, esses que se seguiram ao 25 de Abril! Desrespeito apoiado por uma pequena mas activa minoria de oportunistas, e consentido por quem cobardemente ou por interesse próprio não se importava de comprometer a sua dignidade.

“Fazer bem sem olhar a quem”, nem sempre é dignificante. Temos o exemplo no caso do saneamento da esposa do Dr. Azeredo Perdigão, a Dra. Maria Madalena Perdigão, então Directora do Serviço de Música, a quem se deve a criação da Orquestra, Coro e Bailado Gulbenkian, este que depois da sua saída veio a desaparecer.

Agora e no tempo presente, só falta saber o resultado sobre a venda pela actual Administração a uma entidade chinesa, da sua petrolífera Partex, fundada em 1938, investimento deixado por Gulbenkian e que deu origem à sua Benemérita Fundação, e que tendo ficado com 5%, passou a ser conhecido como o "Mister Five Per Cent".


Oxalá que uma decisão tão responsável como esta, possa ser tomada em consciência, com competência e honestidade, para que a vontade de Calouste Gulbenkian ao criar esta tão Benemérita Instituição, seja respeitada. 


Manuel M. Saraiva da Costa

Sydney, 5 de Fevereiro de 2018

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